quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Figura pra BioArt, que perdeu....


Viva à vida


Viva à Vida,
Pois de uma improbabilidade Universal, surgiu algo surreal.
Viva à Vida,
Que surge nos lugares mais inóspitos, independente dos limites em si impostos.
Viva à Vida,
Que independe de nós, e mesmo sem falar, será sempre a última voz.
Viva à Vida,
Que desdenha dos desfeitos do homem, e cuida dele sem perguntar seu nome.
Viva à Vida,
Que renova nossas forças dia a dia, sem nunca exigir uma única melodia.
Viva à Vida,
Que segue firme e forte, não teme nada, muito menos a morte.
Viva à Vida,
Que é bela, única e inesquecível, que é sua, é minha, é inconfundível.
Viva à Vida,
Que me dá muita alegria, e que me traz melancolia.
Viva à Vida,
Que me serve de tristeza, mas me enche de beleza.
Viva à Vida,
Que tanto me dá medo, mas me conforta em segredo.
Viva à Vida,
Que se deixa ser surpreendente, tornando cada dia diferente.
Viva à Vida,
Que nos acompanha em nossos caminhos, e nunca nos abandona sozinhos.
Viva à Vida,
Que ainda há de ser vivida, repartida.
Viva à Vida,
Mesmo quando breve, que para o descanso ela nos leve.
Viva à minha Vida, viva à sua Vida, viva à Vida vivida.
Viva à Vida escolhida, viva à Vida escondida, viva à Vida desvairida.
Viva à experiência, viva à consciência, viva à senescência.
Enfim, viva a Vida, de Sol a Sol, de grama a grama, de vento em vento,
sem remorso, sem ressentimento. Tal qual estrelas no
firmamento, eternizando a maravilha do nascimento.

Amor Infinito



Minha pequena.
Minha morena.
Meu livre colibri.
A lua brilha só por ti quando entras em cena, mais linda do que Helena, que de Tróia foi o fim. As nuvens se abrem no céu, para que o sol banhe teu corpo suave e doce, como mel. Nem a ira dos Deuses poderia por um fim nesse amor puro e verdadeiro, mais rubro que carmim.
Minha bela flor de jasmim, que comigo descobriu o que é amar, de verdade, sem exceções nem vaidade. Que comigo descobriu o que é um amor sem data de validade, infinito para o além, além de ti e além de mim.
Porém, pelos caminhos que a Vida nos leva, nem sempre tomamos as rédeas do corcel negro do destino, que nos conduz cada vez mais perto de nosso fim, às vezes dócil, às vezes arredio.
Assim, quis então a sorte, que a morte a levasse de mim. Mais cedo do que tarde, cedo demais para mim. Agora, vago incompleto, simples objeto, perdido por aí. Rumando sem destino certo, esperando pelo final derradeiro, esperando em desespero, enfim te reencontrar.
Neste mundo imperfeito, tudo agora é escuro, tudo agora é duro e nada é do meu jeito. O tempo passa, sem que nada eu sinta. Nada mais procuro, nada mais almejo encontrar, pois sei bem que o que me falta, está bem longe de qualquer lugar.
Onde um dia bateu meu coração, agora exala a dor e a tristeza da solidão. Ando em círculos, perdido, amargo e seco, no sertão que é a lembrança, que é a vã esperança de, um dia, sentir novamente teu carinho.
Porém, hoje, o mais leve toque em meu peito me fere as mãos. A região, um dia suave como cetim, é agora áspera. Onde antes existiam pêlos macios, agora restam apenas espinhos arredios.
Vivo em um eterno inverno, congelado no tempo e na razão, afundado na saudade e na emoção.  Carregando em meu peito um coração de gelo, que será para sempre, do teu amor uma cicatriz, de quando me arrancaram a flor pela raiz.
Meu jardim, um dia tão belo, pleno e singelo, se tornou triste, vazio e infeliz. Agora, nem a mais verde grama, nem a mais bela dama, me livrará da dor do saber o que é ter tido teu amor, para logo depois te perder.
Assim, mergulhado em nostalgia, anestesiado pela alegria, aguardo o momento em que, finalmente, chegará a minha hora. Quando então irei embora desse mundo, reencontrar a paixão que o tempo me privou, que a Vida me tirou.
Me tirou sem mais nem menos, me tirou sem dó nem pena, simplesmente me arrancou. Arrancou como um tufão, que não mede consequências, não se importa com aparências, deixando apenas evidências da tristeza que casou.
Por muito esperei. Dias, meses, anos, nem sei. Apenas esperei. Agora, finalmente meu fim chegou. Com a consciência tranquila, cumpri minha nobre tarefa, que agora terminou.
Aguardei fielmente, até a hora do reencontro com a única mulher que amei. Quis a vida assim, que a morte separasse nosso amor, mas este nunca teve fim, este nunca terminou. O tempo apenas adiou, mas que, como o Universo, apenas aumentou.
Enfim, juntos novamente. Para o tempo, um amor recente, mas que, como uma estrela, brilha ardente, intermitente, eternamente. Da Vida, não há ressentimento, pois apesar de tudo, nossa história está gravada no firmamento. Nossas estrelas servirão para sempre, como guia, para os amantes ausentes, seja no mundo ou em suas mentes.

Estrela Apagada


Em noites claras como a de hoje, olho para o céu e vejo as estrelas a brilhar. Quando a sorte me ilumina, a lua me acompanha, e muitas vezes me prende o olhar. 
Mas o que mais se vê é um mar de estrelas espalhadas por todos os lados, até onde os olhos alcançam, quase indistintas, infinitas.
E onde nossos olhos falham, nos resta a certeza de que lá existem ainda mais estrelas. Algumas maiores do que outras, mas todas lá, a brilhar enquanto puderem, enquanto conseguirem sustentar sua beleza para que possamos apreciá-las em nossos piores e melhores momentos.
O brilho, em geral hipnotiza, chegando por vezes a incomodar os olhos. Exceto o de uma. Uma pequena estrela. Ofuscada. Quase apagada. Que se esforça para brilhar como as outras. Afinal, ela é uma estrela e o que as estrelas fazem é brilhar. De que serve uma estrela sem brilho, uma estrela fosca, fraca, apagada?
Ao redor, tudo o que ela enxerga são as outras estrelas, vistosas, garbosas, alheias à luta da pequena estrela, indiferentes ao seu esforço para se encaixar em um contexto em que o céu é brilhante, lindo, único.
Porém o esforço é muito grande e, dia após dia, as forças da estrela se esvaem aos poucos, tornando cada vez mais difícil manter um brilho que faria com que o menor dos vaga-lumes parece o sol. Mas ela não se entrega, afinal o que seria do céu sem as estrelas? O que seria das pessoas sem o céu? O que seria das estrelas sem as pessoas?
Cada vez mais cansada e esgotada, continua empregando todas as suas energias para manter um brilho cada vez menos perceptível, quase espectral. Uma estrela fantasma, que jaz no vácuo, iluminada pelas outras estrelas, que não mais a vem.
Ela poderia pedir ajuda às outras estrelas. Mas o que haveria para se fazer? A pequena estrela não mais produz energia. E assim o processo segue, dia após dia, mais exausta, menos disposta, menos exposta. Até que um dia, seu brilho final e derradeiro se esvai num misto de alívio e pesar, pois mais uma estrela se vai e deixa de ser. Deixa de ser uma estrela.
E o céu? Bem, este continua alheio à pequena estrela que não mais existe, que não mais persiste, que não mais assiste ao lindo céu, cheio de outras estrelas, que brilham para nós e que, junto com a lua continuam a nos maravilhar, garantindo que as estrelas apagadas não sejam lembradas.

Devaneios


A Vida, é mais do que Ser e Estar.
A Vida é Viver, Mudar, Brincar, Chorar.
Sorrisos tristes, lágrimas alegres,
por alguém que partiu, por um encontro breve.
Quem chora por bens, chora por nada,
essas coisas não se levam na estrada.
No difícil caminho do crescimento pessoal,
a melhor bagagem é a emocional.
É a memória, é a vivência, é a história.
Sem malas e nem pesos extras,
que nos prendam ao passado ou que pro futuro nos apressem.
É na fala que a vida se exala.
É na conversa que a Vida se expressa.
Enfim, viver é uma experiência única para cada ser.
Dentro e fora de cada um, humano ou animal, desumano ou racional.
A Vida é uma dádiva, que deve ser Vivida, ela nunca é e nunca será uma corrida.

Babalu


De que me valem meus olhos, se com eles não mais te vejo?
De que me valem minhas mãos, se com elas não mais te toco?
De que me vale meu coração, se o seu não posso mais sentir?
De que me vale a tristeza, se você não mais me consola?
De que me vale a alegria, se com você não posso mais partilhá-la?
De que me vale a memória, se a nostalgia me é amarga?
Me valem os olhos pois o céu continua azul.
Me valem as mãos pois a grama continua macia.
Me vale o coração pois o amor continua eterno.
Me vale a tristeza, pois assim sei o que é a alegria.
Me vale a alegria pois sem ela a Vida não é.
Me vale a memória pois sem ela não há história,
E sem história não houve você.

Lua


Lua, linda Lua
Que na minha loucura, me devolve o juízo
Em meus devaneios, está sempre presente
A olhar para mim com o mais belo sorriso
Como é linda a Lua crescente
Lua, linda Lua
Que me guia quando tudo é escuro
Com seu brilho, meu coração incendeia
Quando estou só, é a ela que procuro
Como é linda a Lua cheia
Lua, linda Lua
Senhora da noite e do desconhecido
Dona de uma beleza pacífica e inquietante
Que me deixa perplexo, mas esclarecido
Como é linda a Lua minguante
Lua, linda Lua
Eterna fonte de beleza e felicidade
Que como a fênix, renasce e se renova
Mesmo sem iluminar a cidade
Como é linda a Lua nova
Lua, linda Lua
Em todas as fases me traz inspiração
Que cuida de mim como se eu fosse sua
E mesmo de dia me toma a atenção
Diante de ti, a humanidade é nua
Lhe dedica versos, imersos em admiração
Como é linda a minha Lua
Que é tão minha, quanto seu é meu coração