segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Pensamentos Flutuantes

Leve, acorrentado.
Preso, liberado.
Sigo conformado.
Livre na mente.
Prisioneiro do corpo.
Amarrado às necessidades.
Necessidades que nem sei se são reais.
Necessidades que nem sei se são minhas.
Básicas, complexas.
Necessidades desconexas.
Realidade indecente.
Sociedade incoerente.
Consumo para viver.
Vivo para consumir.
Para muitos, morrer é deixar de adquirir.
Bens, dívidas, compromissos de Vida.
Sentido não há.
Ao menos não o teórico.
O prático, é para frente, pois atrás sempre vem gente.
A fila não anda, mas a fila nunca para, não acaba.
E o entulho se entulha.
Coisas novas, coisas usadas.
Usadas as pessoas, novas as piadas.
Piadas sobre nós, hilários, todos sós.
Juntos, isolados.
Compromissos, os errados.
Errado, conformado, só.
Só no meio de muitos.
Iguais, reais, demais.
E mesmo assim, no meio de tudo, ainda há espaço para a felicidade.
Cega, ilusória, egoísta, exploratória ou simplória.
Mas ainda assim, felicidade.
E assim há de ser até o fim.
Ou até o começo.

domingo, 3 de novembro de 2013

Primavera

E eis que chega a primavera, abrindo caminho para o verão.
E é com um sorriso no rosto que cumprimento o Sol, que em troca me esquenta o sangue.
Sol que ilumina o jardim e convida os animais a acordarem.
E com tanto colorido, tanto movimento, tanta coisa acontecendo, é difícil franzir a testa.
E eis que a leveza, tal qual o filho pródigo, à casa torna.
E eis que mais um ciclo se completa, dentre tantos outros acabados, começados, estados.
E a Vida, como deve ser, flui como um rio coletando energia.
E tudo segue seu rumo e seu caminho, nesse rio interminável, a não ser que você o represe.
E por vezes uma represa surge, mas basta um pouquinho de dinamite.
Nada como uma explosão de liberdade para pôr as coisas no lugar, seja o mesmo ou outro.
E pronto, se você deixar. Então deixe.