terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Dito Não Dito

O dito não dito.

E o que não foi falado, não foi entendido.
Ficou em aberto. Nunca esquecido.

Se quando falamos já não nos entendemos,
aquilo que não dissemos viraram venenos.

E o que não foi dito alimenta a imaginação.
Incita a criatividade.

E a realidade se torna a possibilidade da ilusão.
Mas o veneno é ácido. Corrói a realidade, destrói a possibilidade, endeusa a ilusão.

Pense no que dizer e diga o que pensar.

Nossas palavras mal nos traduzem, que dirá nosso silêncio.
A imaginação, infinita de tão extensa, se deleita no silêncio.

Silêncio.

Nos instiga a errar, nos deixa a ver o mar, viajando no mesmo lugar.

Silêncio.

E a tensão aumenta, sufoca, atormenta.
E o não pronunciado se ausenta, pois nunca esteve, e se isenta, pois então não deve.

E como um bicho selvagem bem alimentado, cresce.
E reaparece.

Como pode algo inexistente causar tanto estrago?

Inexistência estragada, expirada, adulterada, engolida.
E faz mal. Revira o estômago. Invalida.

E o dito. Ah o dito!

O dito liberta, desperta, acerta!
O dito não erra.

Ou erra também.
Mas não se esconde de ninguém.

O dito, esse sim, é meu favorito.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Conselho

Não procure por algo em específico. Nem procure por nada vago. Não procure por nada.
A procura inviesa o julgamento, e você termina por encontrar muitas coisas que no fim não são as certas, que desviam sua atenção, ocupam sua cabeça e te fecham os olhos parra o resto.
Ao invés, mantenha os olhos e coração abertos, para perceber quando algo encontrar você.
Não é garantido, como tudo na Vida. Mas costuma resultar em boas perspectivas e opções interessantes.