sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Homenino

Um Menino e nada mais. Com trejeitos, desfeitos e refeitos, descritos e não aceitos.
Menino, assina teus erros e acertos, qualidades e defeitos.
Um Homem e nada menos. Com vontades e anseios, inteiros e aos meios.
Desejos decentes, incoerentes, recentes e ausentes. Vontades, simplesmente.
Homenino. Sabe o que quer, mas não sabe onde está. Sabe o que deve, mas não sabe o que faz.
Rapaz, moleque. Antes, depois e a cada instante. Uma mistura confusa e inconstante.
Pensante, às vezes até demais, e ainda assim, por vezes até de menos.
Vazios abissais, buracos negros colossais. Sentimentos claros, pensamentos escuros.
Comandam a mente com vigor intransigente. Fazem das dúvidas certeza, complexa é a destreza.
Então faz o teu melhor, mas não esquece o teu pior. Pois acertos nada são sem erros.
E com tanto pela frente, constante é o nada em mente.
Mente, coração. Sente pela razão. Erra com precisão calculada, impensada.
Vontade desvairada de sofrer em vão.
Memória de elefante para os erros, tão berrantes, que o assolam na escuridão.

Ah, essa Vida!

Ah, essa Vida!
De lembrar e de esquecer.
De deixar e de perder.
De amar e de sofrer.

Fino equilíbrio,
Necessário como o canto do canário,
Gritante como o canto do berrante,
Que de tão importante,
governa cada instante.

Ah, essa Vida!
De alto e baixos.
De bons e ruins.
De conflitos e afins.

Sem medo da coragem,
Que retarda nosso fim.
Triste é o dia se o canário silencia.
Nó na garganta se o berrante já não canta.

Ah, essa Vida!
Fica tão ruim,
Se você a fizer assim.
Se a resposta aos conflito for um ódio sem fim.

Essa Vida que se torna uma bobagem,
Se vivida sem coragem,
Pra mudar o errado, o escuso e o mal contado.

Ah, Vida essa!
Que demanda cuidados,
Carinhos e agrados,
Aos seus filhos mal criados.

Ah, essa Vida!
Que estranha, não se acanha.
Que é Imperfeita e desastrosa,
Em sua longa estrada sinuosa.

Mas mesmo que estranha me pareça,
Mesmo que por vezes seja de si tão avessa,
Há no todo um sentido.
E mesmo que dele eu me esqueça,
Que não esteja na minha cabeça,
Está nas estrelas escondido.

Mas sentido já cansei de procurar.
Vou viver, vou viajar.
Vou aprender e vou ensinar.
Tudo o que essa Vida há de me mostrar.

Ah, essa Vida!
Dela, nada quero e nada espero.
Só pretendo ser sincero.
Com os outros e comigo mesmo.
Assim perco menos tempo,
vivendo essa Vida à esmo.

Permito-me então o encanto,
De cada dia, de cada canto.
Pelo menos é o que pretendo,
Imperfeito e com remendos.
E é isso o que prego,
Ao sensível e ao cego.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Pele em Que Habito

A pele em que habito não é de seda nem é de vidro.
É suave ao toque, vulnerável ao corte, receosa ao atrito.

A pele que habito é minha, mas não sou eu.
É a máscara do meu Ego, montada feito um lego, meu.

A pele em que habito é uma roupa que me aninha.
Me esconde dos medos, me confia segredos, me prende a alma minha.

A pele em que habito quer ser tudo o que há.
Me esconde o mundo daqui, chama atenção para si, me priva do mundo de lá.

Mas a pele em que habito, como dito, não sou eu.
É meramente uma imagem, um mural de colagem, captada pelo olho seu.

A pele em que habito com certeza me apresenta.
Mas quem olha com calma, no fundo da alma, percebe que pouco representa.

A pele em que habito há de ser bem mais que isso.
Mais do que mera morada, escondida e disfarçada, da minha alma em rebuliço.

A pele em que habito não me limita a nada, mesmo ao não visto.
Ela liga o meu, conecta o seu, nosso eu, e todo o resto, tudo misto.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Up and Down, Here I Go

From the day that I was born, it's been all news,
feeling the buzz of many firsts I made my rules.

As I grew older, life kept feeding me some clues,
Of what to do to get a girl and get me boozed.

But then I met you, with hypnotic eyes is true,
Under your arms, you took me like a fool.
You got me granted, like I had nothing else to do.

And so one day, with nothing new around the world,
Some people fighting over oil, pot or gold.
And funny monkeys to amuse the young and old.

I realized that I wasn't first to you.
And so there wasn't nothing else for me to choose.
The world just needed me to leave, to live, to do.

And do I did, up and down, and then again,
and also wondered in and out my mind instead.

But it was then, that it hit me like a car!
No more seconds in my life, that was a start!
No more me for you, that's the sad true.
For up and down, in and out I'll go for good!

Explore the foreverness of firsts,
for those of blessed minds,
for those with childish trusts.

Nevermore shall the raven say a word.
Nevermore shall my mind lock my world.
Nevermore shall a suit suit my brain.
Nevermore shall my dreams, dreams remain.

Moça

A moça singela, é das moças a mais bela.
Não se fantasia e nem se enfeita, é só ela.
A moça singela, é das moças a mais rara,
Digna de uma beleza que transcende a cara.

Essa moça, tem um quê de sei lá o quê,
Que quando passa aprisiona, é tudo que se vê.
Essa moça me rouba a fala, me toma o discurso.
Se falo com ela, só saem grunhidos de urso.

Essa moça, de tão simples, me faz totalmente estúpido.
E em minha mente viajo, completamente lúcido.
Essa moça não é nenhuma santa, e é por isso que me encanta.
Dessa moça irei atrás a Vida toda, toda Vida, Vida Tanta.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O Sino

                                                                           O Sino
                                                                    Blém, blém, blém.
                                                                O sino vibra, equilibra.
                                                             O sino ressoa, ecoa, assina.
                                                            O sino exala, estrala, sua sina.
                                                           O sino badala, embala, empina.
                                                           O sino espalha, retalha, inspira.
                                                            O sino toca, desboca, destina.
                                                           O sino comunica, conta, ensina.
                                                          O sino manda, comanda, culmina.
                                                      O sino treme para nós, ou para sempre?
                                                  O sino hipnotiza, levado na brisa, me prende.
                                                                            O sino.
                                                                        O sino, à toa,
                                                                            destoa.