quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Amor Infinito



Minha pequena.
Minha morena.
Meu livre colibri.
A lua brilha só por ti quando entras em cena, mais linda do que Helena, que de Tróia foi o fim. As nuvens se abrem no céu, para que o sol banhe teu corpo suave e doce, como mel. Nem a ira dos Deuses poderia por um fim nesse amor puro e verdadeiro, mais rubro que carmim.
Minha bela flor de jasmim, que comigo descobriu o que é amar, de verdade, sem exceções nem vaidade. Que comigo descobriu o que é um amor sem data de validade, infinito para o além, além de ti e além de mim.
Porém, pelos caminhos que a Vida nos leva, nem sempre tomamos as rédeas do corcel negro do destino, que nos conduz cada vez mais perto de nosso fim, às vezes dócil, às vezes arredio.
Assim, quis então a sorte, que a morte a levasse de mim. Mais cedo do que tarde, cedo demais para mim. Agora, vago incompleto, simples objeto, perdido por aí. Rumando sem destino certo, esperando pelo final derradeiro, esperando em desespero, enfim te reencontrar.
Neste mundo imperfeito, tudo agora é escuro, tudo agora é duro e nada é do meu jeito. O tempo passa, sem que nada eu sinta. Nada mais procuro, nada mais almejo encontrar, pois sei bem que o que me falta, está bem longe de qualquer lugar.
Onde um dia bateu meu coração, agora exala a dor e a tristeza da solidão. Ando em círculos, perdido, amargo e seco, no sertão que é a lembrança, que é a vã esperança de, um dia, sentir novamente teu carinho.
Porém, hoje, o mais leve toque em meu peito me fere as mãos. A região, um dia suave como cetim, é agora áspera. Onde antes existiam pêlos macios, agora restam apenas espinhos arredios.
Vivo em um eterno inverno, congelado no tempo e na razão, afundado na saudade e na emoção.  Carregando em meu peito um coração de gelo, que será para sempre, do teu amor uma cicatriz, de quando me arrancaram a flor pela raiz.
Meu jardim, um dia tão belo, pleno e singelo, se tornou triste, vazio e infeliz. Agora, nem a mais verde grama, nem a mais bela dama, me livrará da dor do saber o que é ter tido teu amor, para logo depois te perder.
Assim, mergulhado em nostalgia, anestesiado pela alegria, aguardo o momento em que, finalmente, chegará a minha hora. Quando então irei embora desse mundo, reencontrar a paixão que o tempo me privou, que a Vida me tirou.
Me tirou sem mais nem menos, me tirou sem dó nem pena, simplesmente me arrancou. Arrancou como um tufão, que não mede consequências, não se importa com aparências, deixando apenas evidências da tristeza que casou.
Por muito esperei. Dias, meses, anos, nem sei. Apenas esperei. Agora, finalmente meu fim chegou. Com a consciência tranquila, cumpri minha nobre tarefa, que agora terminou.
Aguardei fielmente, até a hora do reencontro com a única mulher que amei. Quis a vida assim, que a morte separasse nosso amor, mas este nunca teve fim, este nunca terminou. O tempo apenas adiou, mas que, como o Universo, apenas aumentou.
Enfim, juntos novamente. Para o tempo, um amor recente, mas que, como uma estrela, brilha ardente, intermitente, eternamente. Da Vida, não há ressentimento, pois apesar de tudo, nossa história está gravada no firmamento. Nossas estrelas servirão para sempre, como guia, para os amantes ausentes, seja no mundo ou em suas mentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário