terça-feira, 9 de abril de 2013

Rosa

Uma rosa no jardim, perfeita e comum, natural e desabrochada.
Ela é linda, vermelho carmim, sedosa e tão perfumada.
Triste seria sua beleza, por quem passa, não ser notada.
Mas é fácil sentir sua ausência depois de arrancada.

Era igual a todas as outras, mas diferente para mim.
Tinha a essência da rosa, a mais linda do jardim.
Foi em uma noite iluminada que eu a vi, brilhando assim,
Dividindo um mar de rosas pálidas, opacas, sem fim.

Não era minha rosa, não era a rosa de ninguém.
Diante de sua magnitude, as outras ficavam aquém.
Mas o mundo é traiçoeiro, pois outro agora a tem.
O jardim continua igual, muitas flores, nada além.

Outras rosas ainda vejo, mesmo jardim, mesmo canteiro.
Mas são todas diferentes, de minha flor estou carente. Seu perfume está ausente.
Minha linda rosa perdida, roubada e escondida.
Tirada de mim, levando minha alma, por ela possuída.
Por falta de coragem, deixei de ser guerreiro,
agora deito-me com a certeza de nunca mais ser inteiro.

Estranho ser tomado por esse sentimento de liberdade.
Estou livre mas preso para sempre a ela, essa é minha verdade.
Chorar por sua perda não vou, mesmo que ainda sinta saudade,
Pois prefiro lembrar das vezes quando a via, e havia felicidade.

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