quarta-feira, 5 de junho de 2013

Coração Mente, Mente Coração

Coração é algo que nos trai, nos comprime, nos distrai e nos reprime.
Ele te engana, te maltrata, te sufoca e te mata.
Coração é precioso, joia de valor, amoroso, sonhador e troçador.
Quanto mais novo, mais emoção, animação, entregação, desilusão.
E a mente, ah! A mente! Essa é nova, recente, carente, vez ou outra ausente.
Prega peças no coração da gente. Se diverte imensamente.
Te convence a dizer o que não quer, te faz sofrer por aquela mulher.
Mas não te deixa esquecer, só aconselhou, nada falou, foi você, o idiota, que quis obedecer.
Mente Coração. Coração Mente.
O coração mente, a mente mente, e é você quem sente.
Arrependimento, desalento, tormento, nunca esquecimento.
Em descompasso alternam e riem de seu embaraço.
Desdenham de sua dor, do sofrimento febril de amor.
Mente e coração, coração e mente.
Um mais teimoso que o outro, iguais só no desencontro.
Brigam sem parar, ninguém para separar, nem juiz para apitar.
Disputa infinita, irrestrita, nada resolve, nem birita.
Um com o outro, outro com o um. Inseparáveis, companheiros inevitáveis.
No auge da consciência, impera a incoerência. Do sentido, ausência.
Assim alternam, em uma divisão desigual, imoral, anormal.
A mente deixa o coração ardendo em chamas.
O coração mantém a mente a rolar na cama.
Mas juntos sempre estão, inseparáveis, incansáveis.
Nunca cedem, nada pedem, apenas anseiam pelas lágrimas, que ferem.
Causam dor, torpor perante à assincronia do amor.
Ouça a mente, ouça o coração. Inútil. Não há solução.
Qualquer que seja o caminho, do coração se deixa um pedacinho.
Não há volta. Não se pega o que se solta. E o que resta, em si, é a revolta.
Não há quem culpar, além de nosso pensante palpitar.
Coração, mente. Mente, coração.
Me erram, me cegam, me deixam a sangrar pelo chão.
Mas o sangue há de estancar. Alguns pedaços há de se salvar.
Mente e coração. Coração e mente.
Juntos erraremos de novo, e mais uma vez, novamente.
Mas há cada vez menos chances, meu coração diminui a cada entrega, a cada instante.
Se consome aos poucos diante dos truques da mente, ardilosa, brilhante.
E o que nos sobra fica cada vez mais difícil de entregar.
O medo paralisa e nos obriga a nos guardar, ou nada mais irá restar.
E aos poucos começamos a endurecer, a temer, a deixar de ceder.
Quanto aos pedaços que já foram dados, nunca mais iremos reaver....


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