Dividido, repartido, despedaçado, incompleto.
Sem eira e nem beira, indeciso e incerto.
Estático e imóvel, nos olhos nenhuma centelha.
A inércia congela, estilhaça e espelha.
Sem lar, sem par, sem ar.
Inspiro e expiro o nada, devagar.
Trem sem trilho, carro sem rua, avião sem céu.
Conscientes e reclusos, pensamentos viram fel.
Cérebro sem coração, sentimento sem razão.
Dois mundos indiferentes, buscando uma conexão.
Suspiros e devaneios, ansiedades e receios.
Envolvem esses mundos em um longo tiroteio.
Nem homem e nem menino, ninguém quer se responsabilizar.
Todos no mesmo barco, só esperam o Sol chegar.
Mas este não virá sozinho, as nuvens não irão se dissipar.
Assim, homem ou menino, alguém tem de remar.
Mas remar não é tão simples, não há manual de instrução.
Há de se aprender, na marra, a pensar com o coração.
Mas logo lhe aviso que a tarefa é traiçoeira.
Não há um na história, que o tenha feito de primeira.
Mas a hora chega para todos, tão certa quanto a morte.
E coitados são aqueles que esperam se valer da sorte.
Viver é um trabalho, mas trabalhar não é viver.
A linha é bem tênue amigo, devo-lhe dizer.
O bom de tudo, é que não há errado e nem certo.
Remando para qualquer lado, há sempre terra por perto.
E se o esforço e a dedicação forem bem aplicados,
aí sim, os bons ventos soprarão para os seus lados.
Nós vivemos paralisados, sem saber a razão.
Erramos só pensando, pois a vida é ação.
Não a ação fria, moral e incessante.
E sim a unificada, coletiva e interessante.
Digo-lhe, por fim, que não há receita para a Vida.
Mesmo no caminho mais obscuro, sempre há uma saída.
Por isso, levante a cabeça e saia por ai.
Não há ninguém, além de você, que possa te impedir...
Ah, agradeço! Veio em boa hora esse poema.
ResponderExcluirQue bom, fico feliz em compartilhar essas coisas. Fico mais leve e espero ter o mesmo efeito para os outros.
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